Acidente, doença, desemprego... ninguém está livre de problemas desse tipo. Na última reportagem da série sobre educação financeira, o Jornal Hoje mostra o impacto dos imprevistos na vida das famílias e o que fazer para não ser pego desprevenido.
Gilvan Sales da Silva está há sete meses na fila do emprego sete meses de angústia. É difícil, principalmente porque eu passei dos 45 anos. O mercado já me acha velho, ele explica.
Gilvan era caseiro de uma empresa, com salário de R$ 500 mais casa pra morar, água, luz, telefone e cesta básica. Agora, ele perdeu o emprego, os benefícios e o controle das contas.
Em casa, a família de Gilvan tenta se adaptar aos tempos difíceis. O dinheiro da indenização acabou e a única renda, por enquanto, vem do filho Jeanderson, monitor de uma escola do bairro: R$ 250 reais por mês. A mulher, Maria, tenta reforçar o orçamento fazendo bordados.
Para o economista Renato Pianowski, Gilvan poderia enfrentar melhor esse momento de turbulência se tivesse feito uma reserva, guardando parte do salário enquanto estava empregado. No mínimo, devia ser uns 10% da receita para essas emergências, ele ensina.
Agora, sem emprego, não há muito o que fazer. O jeito é cortar despesas, e a primeira baixa foi na churrasqueira. Já foi eliminada. Só vemos um churrasquinho quando alguém convida a gente, brinca Gilvan.
O economista sugere ainda que Gilvan renegocie as dívidas mais urgentes e que toda família saia em busca de pequenos serviços. Substituir alguém que for tirar férias, por exemplo. É claro que isso não pode substituir a busca de emprego, mas ajuda, diz Pianowski.
Se já é complicado administrar uma situação inesperada, imagine então um imprevisto em dose dupla. Clécio e Daliner têm dois filhos Luiz Henrique, de 3 anos, e Francisco, de seis meses; agora, acabam de receber a notícia de que ela está grávida de gêmeos. A gente não conseguiu sentar ainda para organizar as finanças, mas sabe que a despesa vai dobrar!, admite a pedagoga Daliner Marchesi.
Apanhados de surpresa, ela e o oficial marido só enxergam contas pela frente. Estou um pouco assustado, nós não temos uma poupança pra esse tipo de emergência, diz Clécio. A saída foi montar um plano de emergência para receber os gêmeos: a construção de uma casa maior ficou para depois, e o segundo carro da família vai ser bem mais modesto. Como os aniversários dos filhos vão se concentrar na mesma época do ano, o casal já decidiu: vai economizar também nas festas.
Nessa onda de cortes, já sobrou para o caçula: Francisco vai herdar as roupas e brinquedos do irmão mais velho. Foi difícil convencê-lo a ceder, mas ele colaborou, conta o pai.
Wilson Kirsche
Fonte: Site Jornal Hoje
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