Gastar um pouquinho a mais durante o mês e logo ver sua conta ficar no vermelho. O que parecia apenas um problema de adultos ou pais de famílias está, também, atingindo os mais jovens.
Aquela roupa da nova coleção de uma grife de marca é imprescindível no guarda-roupa? Ou aquele cineminha acompanhado de um jantar não pode faltar toda semana? Tem também aquela saída de sábado à noite em que se gastará, no mínimo, cinquenta reais entre entrada e consumação. Esses e alguns outros pensamentos passam certamente pela cabeça de todo jovem.
Segundo o economista e professor da FGV-RJ Luís Carlos Ewald, é fundamental que a família eduque a criança desde pequena a saber lidar com seu dinheiro e ter um controle nos gastos. Uma criança que cresça com essa formação será um adulto mais consciente e não se tornará um jovem endividado. Confira as principais dicas do economista para as crianças e os adolescentes "gastadores":
Para os menores de 18 anos
Para o economista Luís Carlos Ewald até essa idade é importante que os pais controlem os gastos das crianças. "Um descontrole do jovem de mais idade vem, certamente, de uma falta de limites quando pequeno", enfatiza. As principais dicas nesses casos são:
- a mesada deve ser estabelecida de acordo com o padrão de vida da família. Mas Ewald ressalta que os muito ricos devem saber estipular um valor que não crie um certo comodismo na criança;
- criar regras para os gastos desta mesada e analisar se a criança consegue levar o dinheiro até o final do mês;
- É necessário que os pais estabeleçam limites e saibam a hora certa de cortar os gastos das crianças;
Para os maiores de 18 anos
Ewald destaca que, para o jovem que está começando sua vida financeira e profissional, um plano de gastos é essencial para ele controlar o que ganha e o que gasta de forma equilibrada.
Anotar todas as despesas que se faz mensalmente e analisar o resultado de acordo com o que ele costuma receber.
Fazer um plano de metas. Esse orçamento pessoal estabelecerá alguns valores limites de gastos. "Com isso, o jovem saberá que não pode gastar mais de 150 reais por mês para jantar fora ou mais de 250 reais em roupas, senão ultrapassará sua receita", enfatiza Ewald.
Comprar à vista é sempre mais vantajoso. Comprar à prazo só se tiver a garantia de que estará empregado até o final das parcelas.
Ao receber o salário, estabelecer um "dízimo". Ou seja, guardar obrigatoriamente 10% do salário líquido em uma conta de poupança todo mês ou iniciar um plano de previdência privada. Mas o economista sugere que a primeira opção seja a escolhida. "Todo plano de previdência tem custos altos. Se você deposita mil reais, só entra 950 na conta", explica.
Em relação aos celulares, outra mania dos jovens, Ewald ressalta a necessidade de se estabelecer um valor máximo de gastos mensal. Contatar a operadora e pedir o corte da linha quando o valor máximo do plano for atingido é outra dica do economista.
Planos de celulares pré-pagos não são uma boa saída para quem quer conter despesas. Isso porque o custo dos aparelhos e das ligações é mais elevado do que os planos pós-pagos.
O mais importante de tudo, segundo Ewald, é a determinação do jovem a cumprir aquele orçamento estabelecido. "Depois de fazer o orçamento e saber o quanto pode gastar, não se pode fazer mais nada a não ser ter determinação e seguir à risca aquelas metas", conclui o economista.
Graziela Salomão
Fonte: Site Época
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