Diante de tanta facilidade para comprar, você se considera um consumidor compulsivo? Na reportagem da série sobre educação financeira, o Jornal Hoje mostra que a compra por impulso pode comprometer o orçamento e até a vida das pessoas.
Era só um passeio no shopping, mas virou gastança. Sueli não resistiu ao brilho de um anel. Não estava precisando, de jeito nenhum, ela admite.
Pesquisadoras da Universidade Norte do Paraná entrevistaram consumidores para medir esse impulso. Resultado: 88% das mulheres e 82% dos homens admitiram comprar sem necessidade. As mulheres fazem isso com mais freqüência até quatro vezes por mês; mas são os homens que gastam mais.
Num passeio pelo shopping, as pesquisadoras apontam as armadilhas para o comprador impulsivo: vitrines caprichadas, promoções e facilidades no pagamento. No roteiro, encontramos a tentação dos prazos esticados e liquidações generosas, em fachadas cheias de mistério.
Assim, a estudante Vanessa Romagnollo foi fisgada: três calças de uma só vez. Só precisava de uma, mas comprei assim mesmo... foi no impulso, ela conta.
Mas como resistir à tentação? Para a economista Maria Edvirge Marandola, a saída é refletir antes de comprar. O consumidor precisa analisar se aquilo efetivamente cabe no seu orçamento, ensina.
Pior do que comprar por impulso é agir por compulsão. Num grupo de auto-ajuda do Paraná, todos sofrem do mesmo transtorno: eles não conseguem controlar seus gastos. Eu saía comprando, meu prazer era comprar, descreve uma freqüentadora.
A obsessão complicou a vida de uma enfermeira, que não quer se identificar. Ela deve mais de R$ 20 mil, boa parte torrados com uma mania. Tenho 950 pares de sapatos. Devo ter usado mais ou menos 50 ou 60 pares, ela conta.
Para casos graves como este, o grupo recomenda:
- evite passear em shoppings ou locais de comércio
- recuse folhetos que anunciam promoções
- se for abordado por um vendedor, peça que ele não ofereça nada
- e, principalmente, resista ao máximo antes de gastar.
Quando entrou para o grupo, uma funcionária pública gastava cinco vezes mais do que ganha; comprava em média 12 peças de roupa por semana. Quatro meses depois, ela renegociou as dívidas e mudou de vida. Não estou fazendo parte do mundo, preciso me controlar, ela diz.
As reuniões semanais terminam sempre com uma espécie de oração, que pede equilíbrio psicológico e financeiro.
Wilson Kirsche
Fonte: Site Jornal Hoje
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